1 Samuel 3:10
Você já passou pela experiência de estar falando com alguém e perceber que a pessoa não está prestando a mínima atenção em você? O que você fez ou faria?
Uma das narrativas mais intrigantes da Bíblia é a do chamado de Samuel. O fato de ele escutar a voz de Deus, mas, por ainda ser muito jovem não saber de onde vinha, gera um suspense que prende a atenção do leitor. Apesar de a vida de Samuel ser marcante na liderança e na obediência a Deus, suas virtudes com certeza estavam ancoradas em uma habilidade valiosa: a capacidade de escutar a voz do Senhor. O que parece um bicho de sete cabeças para muitos pode tornar-se algo natural e constante, se estivermos dispostos a aprender com Samuel. Vejamos algumas de suas atitudes:
Abrindo os ouvidos – Com certeza, todos já tivemos a desagradável experiência mencionada na Abertura. Agora imagine Deus querendo falar conosco e não recebendo a mínima atenção. Como acontece com qualquer pessoa, o natural seria o Espírito Santo deixar de falar com o desinteressado para buscar alguém que queira escutá-lo. Por isto, ter ouvidos atentos é o primeiro passo para se escutar a Deus. Esta, sem dúvida, era uma característica de Samuel. Além disto, de nada adiantaria buscarmos a Deus, escutarmos e entendermos a sua voz, mas só seguirmos a sua direção se estivéssemos muito interessados. Ouvidos obedientes são necessários para que um relacionamento aberto com nosso Deus possa acontecer. Deus parou de falar com o sacerdote Eli e passou a chamar Samuel porque Eli deixara de obedecê-lo ao não corrigir o pecado de seus filhos (1 Sm 3:12,13).
Causadores de surdez – Como acontece fisicamente, a surdez também pode afetar nossa vida espiritual. Se quisermos nos tornar afinados à voz de Deus, devemos evitar certos inimigos: (a) O pecado, fruto da desobediência e rebeldia, endurecem nosso coração e cauterizam nossa capacidade de entender a voz do Espírito; (b) Ao confiarmos demais em nós mesmos, deixando de procurar orientação dos Céus, permitimos que o orgulho nos afaste do relacionamento com o Criador; (c) Outros conhecidos “tampões espirituais” são a mágoa e o ressentimento, que nos afastam daquilo que é mais característico de Deus: a graça e a misericórdia; (d) Ainda, a preguiça, que nos afunda no sofá do comodismo, como se nossa existência fosse apenas o aqui e o agora, acaba por amortecer nossa vida espiritual. Quando lemos sobre a vida de Samuel, facilmente identificamos nele um ouvido atento e obediente aliado a um estilo de vida que removia constantemente a “cera” dos ouvidos espirituais.
Discussão
1. Na sua opinião, Deus tem falado menos nos dias de hoje, ou são as pessoas que estão menos dispostas a ouvi-lo? Explique.
2. Quais atitudes/práticas/disciplinas podemos cultivar para melhorar nossa “audição espiritual”? Quais você tem praticado?
3. D. L. Moody escreveu em sua Bíblia: “Este livro me fará evitar o pecado, ou o pecado me fará evitar este livro”. Você concorda com esta afirmação? Por quê?
4. Descreva situações práticas onde o orgulho ou a mágoa poderiam atrapalhar a nossa comunicação com o Senhor. Como evitá-los?
5. Você poderia descrever uma ocasião na qual Deus lhe falou de modo muito especial e você o obedeceu?
Palavra Final
“Faze-me ouvir, pela manhã, da tua graça, pois em ti confio; mostra-me o caminho, por onde devo andar, porque a ti elevo a minha alma”. (Salmo 143:8)
Nenhum comentário:
Postar um comentário